terça-feira, 15 de julho de 2008

Portugês Suave

Maia, 15 de JUlho de 2008,

um dia de calor insuportável. mesmo daqueles que detesto porque vem à tona o que de mais nórdico existe em mim (é nestas alturas que entendo porque nasci mesmo loira de olhos azuis e com pele mais clara que a da Branca de Neve)...Whatever..
Tudo o que vai além dos 30 graus para mim ou se chama Praia de Ipanema com direito a Mate Limão bem gelado incluindo mergulho no cosmopolita posto 9 ou entao prefiro tar em casa à sombra. Como sou parva e armo-me em boa e inscrevo-me para uma melhoria de 15 para depois quiçá aumentar uma centesima de valor na media, decidi mesmo ficar pelo meu humilde lar e resistir ao telefonema da Lu para ir até à praia.. infrutifera a tentativa de aprofundar conhecimentos sobre patologia e reabilitação de edificios lá comecei a tratar da minha vida futura (leia se encontrar uma empresa k confie nas minhas capacidades pouco explicitas para me contratar como engenheira civil).
A barriga manda a perna e reuni um montinho de envelopes onde lá dentro se encontrava o meu curriculo e uma carta de apresentação escrita em cima do joelho; cansada de nao me responderem aos mails la decidi mandar aquilo pelo correio. pah sei lá esta cena agora "dos mails" (como diz a minha avó) é muito impessoal. Lololol. Saí entao de casa e dirigi-me à estaçao de correios mais proxima. ate la ainda tive de passar pelas inumeras roullotes de farturas que ainda resistiam às festas da Maia com as quais a gente desta terra tanto vibra. Se há coisa que detesto é esta mentalidadezinha provinciana mas pronto isto ja é outra historia. La cheguei aos correios e tirei a senhazinha.. 30 numeros a minha frente... tranquilo.. Um calor de morrer e la comecei a dar uma mirada pela secção dos livros ja que a espera ia ser grande ..
Ainda nao tinha passado os olhos pelo novo da Margarida Rebelo Pinto "Portugues Suave". É inevitavel. Esta mulher, tem a capacidade de me agarrar e por momentos desejei que ainda tivessem mais uns 999 numeros à minha frente para conseguir ler o livro ate ao fim...



"Confesso que cheguei a invejar-lhes a vida organizada e ordeira, os filhos sossegados e disciplinados, aquele modelo muito burguês, muito português suave, a que o Alexandre O'Neill chamava a alegria sonâmbula, a vírgula maníaca do modo funcionário de viver, tão morno, tão brando, tão baseado nas aparências e em tudo como deve ser, porque o parecer está ainda e sempre acima do ser, e o dever, acima do prazer, do sentir, de tudo."
in "Portugues Suave"

2 comentários:

Anônimo disse...

Parti-me a rir com o teu relato.
Continuas a ser a minha "estrelinha", sabes bem!

Beijinho da Dani

P.S. Português sem "u" antes do "e" no titulo??
Se se admite uma engenheira dentro de uma semana a cometer uma falha destas!

Verinha disse...

Minha menina...
Faladora como sempre... Partilha e partilha... sem cansar!

Saudades MIL